Página de Walter Eudes

31/01/2020

COM TEORIAS SINCERAS E DE PROFUNDIDADE, VAMOS CONSEGUIR!

Filed under: Arquivo Geral — waltereudes @ 15:56

Para compreendermos o tempo presente, sua complexidade, seus infortúnios, que estejam de algum modo impedindo o pleno bem estar de coletividades, precisamos recuar no tempo… Vai ser no tempo passado, seja o imediato ou remoto, que encontraremos as razões de muitos dos desequilíbrios de várias ordens que nos atinge no presente imediato… Isto pela simples razão que o momento de agora teve uma genesis no tempo passado. Talvez não achemos exatamente, de modo equacional total assim digamos, todas as forças e cenários que configuraram a atualidade. Mas podemos ajuntar diversos focos perceptívos e teóricos e construirmos enunciados muito próximos da realidade passada que hoje nos determina.

Assim que, no Brasil, podemos nos pautar em estudos de um passado imediato, ainda nesta fase histórica que vivemos e nos pormos ao agudo e embasado estudo dos intuitos de diversas ordens que influenciam e preparam o cenário político brasileiro deste início de nova década. Vai ser a operação lava-jato um episódio emblemático chave desta fase brasileira, tanto para compreensão imediata do agora quanto, ao certo, a futuras gerações interpretarem esses tempos em que vivemos… O renomado jurista italiano, Luigi Ferrajoli realiza uma conferência esclarecedora, acima de tudo, científica e teórica sobre a sentença do Dr. Moro à Lula. Jurista incrusto , ainda vivo, na história do direito ocidental moderno, criador de importantíssima teoria que devíamos cada vez mais a popularizar, vem nesta conferência proferida na Itália(2018) externar tanto sua indignação quanto sua estuperfação à idade conceitual histórica que enveredou o judiciário brasileiro: é medieval. Onde e quando o juiz inquisidor, investigador e julgador é o mesmo. Que o acusado já entra no início do julgamento como condenado, seja pela predisposição do juiz a condena-lo e/ou pela mobilização da opinião pública de necessitar de algum expurgo às suas inquietações sociais e existenciais que preferem transferi-la à réu (culpado) qualquer , a interpreta-las de modo racional como fenômenos de ordem histórica, social e econômica. Do que cita, entre outros conceitos, o professor Luigi Ferrajoli nesta conferência, de nossa mediavalidade latente, disso já sabemos… Até nos conforta (como não?) ser-se um tempo, ou vários tempos, atrasados na história contemporânea… Que somos, com certeza, poupados de muitos desarranjos que traz o contemporâneo, que quando a este chegamos, o vemos filtrado, com reparos de excessos ocorridos tempos anteriores, em outros continentes. Enfadonho também/porém esta condição de “atrasados na história” , de tardia industrialização, de derradeiro país a findar a escravatura; República consolidada um século após a maioria dos países com quem dialogamos e interagimos constantemente já terem assim o feito. Que não se apercebe em 2020 da passagem da “era da industrialização”, para “era da informação”. Cultura tardia e lenta… Talvez o mormaço dos trópicos, poder-se-ia dizer algum apaixonado do tropicalismo, da (ainda) chamada Nova Civilização nos Trópicos: a brasilidade. Fato que nos pulsa a mediavalidade entre nós, já tardia diga-se na Iberia seiscentista e setescentista. Ainda ecos de nossa colonização. Outrossim, cabe-nos o definitivo libertar-se de métodos antiquados adequados ao estudo, não à aplicação pratica, haja visto ter tido aprofundamentos e avanços na área, de maior eficiência e maior racionalidade humanista… Assim diz-se do método crítico, que nos põe a conceitualizar nossa posição de desconforto, discordância e (justa!) revolta a casos como a Lava Jato: não cair-se em mero (medievalesco) maniqueísmo e pormos em esforçada empreitada de difusão teórica à população, não sem antes introjectarmo-las em nós individualmente, por também desmedidos esforços em romper com obsoletos , superficiais, inadequados, injustos e, repita-se, mediavalescos paradigmas que só nos tem dado enormes prejuízos civilzacionais. Vejamos a contribuição do Professor Luigi Ferrajoli para a compreensão do contemporâneo brasileiro…

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