A onipotência em exercer domínio sobre todas as coisas gera o (des)caminho de simplificar estruturas altamente complexas, forjando uma (pseudo) razão de compreensão do todo e impondo uma (falsa) estabilidade a um sistema em constante mudança… Se ao universo teorias geocentricas de funcionamento cósmico mostraram-se absurdas em pouco tempo, se a definição atômica moderna de partículas mostraram-se incompletas quando da percepção das estruturas quânticas, já se tem exemplo claro da transitoriedade das teorias dominantes que ao passar de tempos e esforços científicos findam por serem tão somente memória… Outrossim é nas percepções das ciências exatas que estão medidas, saberes e cálculos INVARIÁVEIS e INCONTESTES – assim da fórmula unívoca da água, da distância da Terra ao Sol, das quantas luas de júpiter. Ora, se nem mesmo a física, a química e a matemática conseguem estabelecer nos seus arcabouços TODAS AS DEFINIÇÕES NECESSARIAS POSSÍVEIS COMO ULTIMATO… o que diremos das SOCIEDADES HUMANAS? Com milênios de evoluir, em mudanças constantes, em todos os seus aspectos…? Que sistema SINTETIZARIA a vivência social humana se não uma imensa e cruel falácia a querer impor compressão “pronta” e “última” e, claro, de modo SUPERFICIAL a tudo, afim que haja um mínimo de lógica, a despeito das consequências graves que trás o perigoso simplificar de complexidades… As sociedades humanas, seus movimentos, suas condutas, suas preferências, criações, produções, etc são uma incógnita a cada tempo. E somente “um tempo de cada vez” pode revelar o que anseiava as sociedades … Mesmo que haja intercalação de “era a era”, tempo a tempo cada época só se explica em sua própria época… Porquê mudam os entendimentos e percepções…
Assim, não há como manter a INÉRCIA da sociedade como prisma…( Embora seja justo interesse daquelas ideias de tudo previsível e explicado, e compilado que inerte tudo seria…) Porquê o universo está em evolução!.. As compreensões deste também.
Não se chegou a um fim então… Nem na Terra nem no Céu.
Walter Eudes
Brasil
Set, 2022