Página de Walter Eudes

11/05/2023

POLÍTICA PÚBLICA PARA O SETOR DA CULTURA E DA ARTE EM LIMOEIRO-PE

Filed under: Arquivo Geral — waltereudes @ 13:50

Ocorreu na noite desta quarta feira 10 de maio de 2023 no auditório da antiga Rádio Difusora, sede da Secretaria Municipal de Cultura e Juventude uma escuta e palestra ao público interessado sobre os trâmites da Lei Paulo Gustavo. A palestra conferida por Feliciano Felix (conselho estadual de cultura – teatro e opera) e por Ana Paula Santana (Conselho Estadual de Cultura – Cultura Popular e Afroindigenas), contou com plateia diversa no auditório, de vários segmentos da arte e cultura local que tiveram oportunidade de aproximação às questões relativas a aplicação da Lei Paulo Gustavo.
O formato do momento, conduzido pela Secretaria Municipal de Cultura, mostrou-se característico em continuidade às práticas de gestões públicas que não referendam protagonismo primordial aos/as agentes de cultura, ao público, à população… Que é pouco estimulada a interação do público no pensar a política pública bem como construi-la… Ao que põe-nos em condição, em regra, de meros espectadores a conteúdos apresentados, Outrossim de modo claro e diverso, o momento não incorreu em maior inclusão ao refletir… Há quem busque romper com esta lógica de “mão única” e estabelecer o diálogo como referência primaz… Justo subverter o entendimento de haver sapiência, informação e conhecimento de um lado apenas das vivências – o lado que quem conduz o poder, diga -se… É forma esta, de saber contido e tido unicamente a quem o poder público exerça, equivocada e fantasiosa… Que é de todos e todas o exercício do saber e, numa construção coletiva , cada pessoa pode sim dar um contributo importante e somatório…

Suberveter esta lógica pois, é expor-se ao confronto direto com o rotineiro, normatizado e , infelizmente aceito por parcela significativa da população… A crítica genuína irá romper com a cruel exclusão a participação e interação e não somente aos momentos de plenárias, de audiências, escolta, mas por todo o processo de evolução de uma política pública significativa aos artistas e agentes de cultura… Assim, que este que redige, cineasta , pernambucano, em presença ao dito momento reflexivo/construtivo citado, sabedor do modos operandi do status quo, põe -se em atenção de “furar a bolha” do poder restrito a poucos, quando a chamada é na verdade, revestida de participação e interação: “A gente veio aqui escutar vocês também e não somente falar”, foi dito na fala de abertura e animadamente convite utilizado por mim ao final da palestra principal, quando da abertura da interação ao público… Infelizmente não foi extensiva a reflexão a outras pessoas, estando as 21:15 mais ou menos os trabalhos encerrados e durante minha fala inclusive. Só pude assegurar meu direito (e por conseguinte o direito de todas e todos) de ser ouvido em suas/nossas necessidade e disposição. Que ensaiou-se corte abrupto à minha fala que já caminhava para conclusão. Após reclamado com veemência encerrar a fala que iniciei , foi-me dada, por exigência inegociável minha, conclusão ao refletir. Modelo de reunião, de esculta que despreza estrutura detalhada de funcionamento, com participação interativa e inclusiva sem atenção maior, repita-se… Quando um simples definir de tempo de fala evitaria constrangimentos maiores.

Modos pouco democráticos quando se diz democrático por existência de edital e participação ampla; mas sem ater-se a grande grupo de artistas , coletivos de artistas, que não dispõem de um computador para realizarem inscrições e confecções de propostas, nem mesmo, às vezes, de alfabetização coesa a tanto. Parcela esta, numerosa no segmento da cultura popular e que , já a edição da Lei Aldir Blanc ficaram muitos excluídos por falta deste domínio que lhes são negados desde a infância por educação excludente e repressora … Observação esta, acolhida por Conselheiro Estadual de Cultura presente e que sugere, de pronto, possibilidade de designação de equipe contratada pelo poder Público municipal a realizar inscrições, projetos a este público desprovido de ferramentas tecnológicas e/ou escolaridade coesa à demanda. Se portal do Governo de Pernambuco, MAPA CULTURAL, a requerer conhecimentos de informática, de escolaridade coesa, de ter equipamentos básicos de tecnologia… É democrático isto?
Também sugestão dada e pouco ou quase nada considerada de haver por parte de Secretaria de Desenvolvimento Social disponibilidade de equipe ao auxílio da apresentação de prestação de contas da LPG por grupos, artistas que assim requeiram e necessitem…
Ainda, e de muita significação, o reconhecimento da arte cinematográfica como realidade em qualquer lugar do Brasil nesta segunda década do século XXI e não um luxo ou excentricidade de poucas pessoas “distantes da realidade”… Superação da insistência quase insana de supremacia de linguagem artística por outra, ignorando a cadeia produtiva do audiovisual e percebendo onde não a há, que se funde!!
Audiovisual como atenção maior… Ao menos na LPG 2023. Mas de ver-se insistência ainda de, do audiovisual utilizar-se como meio de se chegar à verba para outras linguagens, nem mesmo um estatuto igualdade de importância de linguagens para produtos finais – se um vídeo clip musical, onde os artistas do audiovisual, quando é destaque não maior, mas exclusivo em intuito, a músicos?

Em tônicas gerais, vê -se uma lógica competitiva suplantando a solidariedade coletiva , quando parcela significativa de público em atenção primaz às verbas , sem aterem-se as construções coletivas de defesa de valores humanistas e democráticos, de expansão da arte e da cultura em seus potenciais de linguagem, economia, inclusão. Aspectos decisivos ao amadurecer civilizatório, muitas vezes ignorados deliberadamente por quem quer manter o status quo intocável e apostar na mediocridade como referência maior ao lugar

Walter Eudes
10/05/2023
Limoeiro-PE

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